Já ouviu falar sobre Open Banking? Trata-se do novo sistema financeiro que promete dar mais autonomia para o usuário e mais oferta de produtos e serviços. Continue lendo para saber mais sobre as funcionalidades do modelo e como ele pode modificar sua vida financeira.
O que é Open Banking?
Em tradução literal, Open Banking significa banco aberto ou sistema financeiro aberto. Isso significa que o cliente terá maior controle de seus dados para compartilhar com a instituição financeira que oferecer melhores opções e pacotes de serviços ou produtos.
Todas as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central terão uma espécie de camada de tecnologia padronizada, facilitando e simplificando a comunicação entre as diferentes instituições.
Essa tecnologia é conhecida como API (Application Programming Interface) que em português significa Interface de Programação de Aplicativos. APIs são os padrões de programação de aplicativos, sites ou qualquer outra plataforma na internet. Com ela, quando o cliente quiser, ele poderá pedir que o banco compartilhe informações com outras instituições.
Como funciona o Open Banking?
Para entender como funciona o Opem Banking, comece imaginando que durante 20 anos você manteve uma conta bancária no banco A, onde fazia todas as movimentações financeiras, pagava contas, fazia investimentos e obtinha crédito, sem nunca atrasar um único pagamento.
Porém, em algum momento, você precisa trocar de instituição financeira, mas ao migrar para o banco B não existe histórico das suas movimentações e todas as vantagens e benefícios que você conquistou ao longo de duas décadas simplesmente não existiam mais.
Com o Open Banking esse tipo de situação será evitada. Esse sistema tem como uma de suas grandes vantagens, a facilidade de portabilidade entre as instituições participantes.
Ou seja, ao mudar de banco, o relacionamento que você tinha anteriormente é levado com você. A nova instituição poderá, com isso, oferecer serviços e produtos que mais se adequam ao seu perfil de forma simples e sem burocracia.
Consentimento no compartilhamento de dados
Tenha em mente que cada país que implantar o Open Banking seguirá suas próprias regras para o compartilhamento de dados dos usuários. De modo geral, o objetivo é oferecer maior concorrência, transparência e eficiência para oferecer serviços e produtos financeiros aos clientes.
Vale ressaltar que os dados só poderão ser compartilhados se e quando o cliente autorizar e isso será feito por meio das APIs, que serão comuns às instituições participantes.
Com isso, a política de oferta de crédito e outros serviços será mais adequada ao perfil e segmento de usuário. Também será mais fácil comparar as opções de serviços e produtos, por exemplo.
Confira alguns tipos de dados que poderão ser compartilhados, sempre com o consentimento do usuário:
- Dados pessoais: nome, CPF, CNPJ, telefone, endereço, etc;
- Dados transacionais: informações sobre renda, faturamento (no caso de empresas), perfil de consumo, capacidade de compra, conta corrente, etc;
- Dados sobre produtos e serviços utilizados: empréstimo pessoal, financiamento, etc.
Como se cadastrar no Open Banking
Quem quiser fazer parte do open banking e desfrutar das condições que ele oferece ainda deve passar pela fase de autenticação e confirmação. Todos os procedimentos devem ser realizados pelos canais digitais oficiais das instituições financeiras.
Benefícios do Open Banking
O princípio básico do Open Banking é que os dados do consumidor são de sua propriedade e não do banco em que ele tem uma conta. Isso facilitaria e muito nossa vida enquanto cliente.
A grande vantagem do Open Banking é essa: como o cliente será o detentor de suas informações e decidirá com quais instituições quer compartilhá-las, será mais fácil e simples saber qual delas oferecem o melhor serviço ou produto que procura. Isso vale não só para empréstimos, mas para diversas funções que bancos, fintechs e outras instituições de pagamento podem oferecer.
Veja a seguir mais algumas vantagens:
Liberdade, autonomia e transparência: suas informações não se perdem e pelo menos parte do seu histórico vai com você. Isso diminui a burocracia e a fidelização a uma única instituição.
Custos reduzidos: outro ponto chave do Open Banking é a API aberta, que possibilita a redução de custos e intermediários nas operações, tornando os processos mais ágeis e baratos.
Mais competitividade: o consumidor terá mais opções de produtos e serviços, uma vez que as barreiras entre instituições que participam do sistema serão menores, o que aumentará a competitividade entre elas para conquistar o cliente.
Proteção de dados: as regras para impedir o mau uso das informações dos clientes é uma das principais características do Open Banking, que deve ter regras e leis claras para proteger o sistema. Além disso, a possibilidade de cortar o acesso aos dados também deve ser simples para o cliente quando ele não quiser mais compartilhar informações para utilizar os serviços de uma instituição.
Quais instituições participam?
Uma das características mais importantes do Open Banking é a reciprocidade no compartilhamento de dados. Ou seja, as empresas que aderirem terão direito a receber dados dos concorrentes, mas também devem compartilhá-los, quando os clientes permitirem.
De acordo com o Banco Central, apenas instituições regulamentadas pelo órgão poderão participar, mas algumas serão obrigadas a aderir ao Open Banking.
Lembrando que as instituições que possuem porte acima de 1% do PIB ou que têm relevância internacional devem aderir ao modelo. Entre elas estão: Banco do Brasil, BNDES, Bradesco, Caixa Econômica, Citibank, Credit Suisse, Itaú e Santander.
Instituições de pagamentos e fintechs, como Mercado Pago, Nubank e Picpay, por exemplo, podem escolher se querem ou não participar do sistema.
Com a possibilidade de mais empresas participando do ecossistema financeiro, a tendência é que novas oportunidades de negócios sejam criados e que a concorrência entre as instituições fique maior. Dessa forma, o cliente terá mais opções de produtos e serviços, provavelmente, mais baratos.
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