Uma nova greve dos caminhoneiros está programada para acontecer na próxima quarta-feira, dia 19 de fevereiro, com o objetivo de protestar contra a suspensão da votação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tabela do frete, regulamentada em 2018.
De acordo com Walace Landim, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), a paralisação, caso realmente ocorra, terá duração de 12 horas, começando às 6h e terminado às 18h.
Esta paralisação dos caminhoneiros já estava marcada, com o objetivo de permitir que eles acompanhassem a votação que aconteceria nesta data, no STF. Como a votação acabou suspensa a pedido da Advocacia Geral da União (AGU), a categoria pretende manter o movimento, como forma de protesto, mas sem criar bloqueios nas rodovias.
Reivindicações dos caminhoneiros
O cumprimento do piso mínimo do frete é a principal reivindicação da categoria, solicitando a manutenção do acordo feito com o governo federal que ajudou a encerrar a greve dos caminhoneiros de 2018.
No entanto, a medida sofreu três ações diretas de inconstitucionalidade movidas pela Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR Brasil), alegando que a tabela de frete afeta os princípios da livre concorrência e da livre iniciativa. Estas ações pedem a suspensão imediata da tabela.
Já os caminhoneiros pedem a continuidade da tabela por acreditar que ela corrige uma distorção presente no mercado, afirmando que sem a medida não é possível cobrir os custos do serviço prestado.
Além disso, os motoristas também solicitam a redução do preço dos combustíveis e um novo acordo para evitar a extinção de milhares de postos de trabalho no Porto de Santos, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos (Sindicam), responsável pela pequena paralisação ocorrida nessa segunda-feira (17), nas proximidades do porto no litoral paulista.
Efeitos da greve de 2018
Uma enorme paralisação de caminhoneiros ocorrida em 2018 trouxe diversos prejuízos para a população. O movimento, que começou no dia 21 de maio daquele ano, teve extensão nacional, bloqueando rodovias de 24 estados e do Distrito Federal.
Os grevistas protestavam contra os reajustes frequentes de combustível, principalmente em relação ao óleo diesel, e pediam também o fim da cobrança do pedágio por eixo suspenso e do PIS/Cofins sobre o diesel.
A greve durou até o dia 30 de maio, causando a escassez e a alta do preço da gasolina, resultando em filas quilométricas nos postos de diversas cidades, além da falta de alimentos e de remédios, fazendo com que alguns municípios decretassem situação de calamidade pública. Concursos foram adiados, aulas suspensas, voos cancelados e o transporte público reduzido em algumas localidades.
Com a intervenção de forças do Exército e da Polícia Rodoviária Federal para o desbloqueio das rodovias, o movimento perdeu força e houve acordo entre os manifestantes e o governo, resultando na diminuição do preço do diesel, temporariamente, e estabelecendo valores mínimos para o frete, com a criação da tabela, que agora pode ser a motivação para uma nova greve.