Os juros compostos são uma ferramenta poderosa na hora de lidar com dinheiro. Funciona mais ou menos assim: quem entende, ganha. Quem não entende, paga. O problema é que a maioria das pessoas não sabe como aplicar a fórmula dos juros compostos na prática.
Mesmo sendo tão importante para a área financeira, muitos ainda têm dúvidas sobre esse conceito e nem todo mundo aprendeu a calcular juros sobre juros na escola. No entanto, você não precisa mais se preocupar! Vamos ajudar você a entender melhor o assunto.
Neste artigo, você vai aprender como calcular juros compostos. A mesma fórmula também vale para saber qual é o valor de uma dívida.
Continue lendo para entender como os juros compostos funcionam e como você pode aproveitá-los para fazer o dinheiro trabalhar para você!
O que são juros compostos?
Primeiro você precisa entender o que significa o conceito. Juros são a remuneração de um valor que foi emprestado. Já os juros compostos são uma das ferramentas para calcular o valor dessa remuneração.
Quando você faz um investimento, na verdade, você está fazendo uma espécie de empréstimo. As pessoas colocam seu dinheiro à disposição de uma instituição por um determinado período e, em troca, recebem o dinheiro “emprestado” de volta com juros.
Podemos resumir dizendo que os juros compostos são o que uma aplicação paga para que você mantenha o seu dinheiro investido nela. Tenha em mente que a principal característica de uma aplicação que rende a juros compostos é acumular juros sobre juros.
Ou seja, quanto maior for o tempo de uma aplicação que rende a juros compostos, maior será o seu rendimento.
Vamos visualizar isso na prática: imagine que você tenha feito um investimento de R$ 100 a uma taxa de 1% ao mês durante um ano (12 meses).
No primeiro mês da sua aplicação, a taxa de juros incidirá sobre R$ 100. Porém, a partir do segundo, ela renderá não somente sobre o valor aplicado, mais também sobre os juros do período anterior. Ao final de 12 meses, o resultado do seu investimento será R$ 112,65.
Diferença entre juros compostos e juros simples
Agora que você já sabe quais são o que são juros compostos, está na hora de entender qual é a diferença dele para os juros simples. Estes últimos incidem apenas sobre o valor inicial de um investimento ou empréstimo. Assim, basta uma simples multiplicação para saber qual será o resultado desse investimento.
Usando como referência nosso exemplo anterior, a mesma aplicação de R$ 100 renderia, em 12 meses, R$ 112 a juros simples. A diferença total seria de R$ 0,65.
Parece pouco, mas lembre-se: quanto maior for o tempo do investimento, maior será a diferença entre os juros compostos e os juros simples.
Fatores que influenciam o cálculo de juros compostos
Antes de passar para o cálculo dos juros compostos propriamente dito, vamos mostrar para você quais são os fatores que influenciam essa conta. São eles:
1 – Valor inicial
Obviamente, o montante sobre o qual incidem os juros compostos é o principal valor que influencia no cálculo. É sobre ele que incidirá a taxa de juros. Quanto maior ele for, maior será o efeito multiplicador.
Se o seu desejo é alcançar um objetivo que demande muito dinheiro, como viver de renda, por exemplo, quanto mais dinheiro você aplicar inicialmente, mais chances terá de alcançar uma quantia mais alta no futuro.
2 – Investimento adicional
A aplicação adicional é outro fator que influencia no cálculo dos juros compostos.
E, considerando o efeito multiplicador dessa ferramenta, você não vai precisar de um valor tão alto para notar a diferença.
Faça um teste: use o simulador de investimentos online e experimente diferentes valores iniciais de aplicação, com e sem investimentos adicionais.
3 – Taxa de juros
A taxa de juros que incide sobre um montante vai determinar com qual velocidade seu dinheiro vai crescer. Quanto mais alta for essa taxa, maior será o resultado final do cálculo.
Esse é o mesmo motivo que faz uma dívida no cartão de crédito se transformar em uma bola de neve: o valor inicial pode ser até pequeno, mas a taxa de juros sobre ela costuma ser muito alta.
4 – Tempo
O tempo é o último fator fundamental para o cálculo de juros compostos. Quanto maior for o prazo pelo qual o valor sofre o efeito multiplicador, é claro, maior será o montante final.
Quando se trata de dinheiro, a regra é simples: quanto mais tempo o dinheiro permanecer sob o efeito dos juros compostos, maior será o valor final que você receberá como retorno.
Como calcular os juros compostos?
Agora que você já entende melhor o conceito de juros compostos, vamos ver como fazer o cálculo de uma operação que envolve juros sobre juros.
O primeiro passo é entender as variáveis desse cálculo:
- principal (P): é o valor inicial da operação. Na fórmula para calcular juros simples, essa variável é chamada de capital (C);
- montante (S): é o valor total da operação: valor inicial + juros;
- taxa (i): é o fator que será usado para multiplicar o capital. Na fórmula, é representado pela letra i. (Essa letra vem da expressão em inglês interest rate: taxa de juros);
- tempo (n): é o período pelo qual a taxa incidirá sobre o valor inicial. Na fórmula dos juros simples, é representado pela letra t.
Então, a fórmula dos juros compostos fica assim:
S = P (1 + i)n
Essa fórmula pode ser aplicada tanto para investimentos quanto para dívidas. Vale lembrar também que esse cálculo é utilizado para operações a taxas de juros constantes. As aplicações financeiras que têm essa características são os investimentos de renda fixa.
Caso prefira, há calculadoras online de juros compostos.
Juros e aplicações financeiras
Como já falamos, o conceito que apresentamos neste artigo pode transformar uma dívida em algo impagável. Porém, no caso de um investimento, pode fazer o dinheiro trabalhar para você. Veja como isso se aplica na prática.
Imagine que você tenha R$ 1 mil para investir em uma aplicação que rende 10% ao ano. No ano que vem, o valor aplicado e os rendimentos vão somar R$ 1.100.
No ano seguinte, eles serão R$ 1.210, pois os 10% serão calculados sobre os R$ 1.100, e não mais sobre os R$ 1 mil iniciais.
No terceiro ano, sua aplicação vai valer R$ 1.331, pois os juros serão calculados sobre os R$ 1.210, e assim por diante.
Em dez anos, essa aplicação chegará a aproximadamente R$ 2.600 reais, um valor duas vezes e meia maior que o investido.
Para mais que dobrar o seu dinheiro, não foi necessário nenhum esforço adicional. Bastou aplicá-lo e deixar os juros compostos fazerem o seu trabalho.
Se uma quantia pequena como essa pode dobrar de valor sob o poder dessa ferramenta, imagine valores maiores.
Passe a usar o juros compostos a seu favor.