Você provavelmente já ouviu esta frase: “No meu tempo, as coisas eram diferentes…”. Por mais clichê que possa parecer, ela representa uma grande verdade quando pensamos nas brincadeiras antigas. Quando as crianças se divertiam sem precisar de tanta tecnologia.
Amarelinha, pique-esconde, pique-bandeirinha, bolinha de gude. Correr até ralar o joelho era algo bem corriqueiro! Mas o que fica na memória pode muito bem servir como herança para as crianças de hoje.
Resgatamos neste artigo brincadeiras que vão dar aquela nostalgia! Continue lendo para saber mais.
6 brincadeiras antigas de crianças
Brincadeiras antigas, além de divertidas, ajudam a estimular algumas habilidades, como coordenação. Prepare-se para a sessão de saudosismo!
1. Amarelinha
Lembra como o asfalto ficava marcado com os desenhos da amarelinha depois que a diversão terminava?
Pegue um giz, uma pedra e encontre uma rua menos movimentada. O jogo consiste em pular de um pé só nas casas simples e com os dois pés juntos nas duplas. Tudo isso com um desafio: o lugar em que a pedra estiver não pode ser pisado. Ganha quem conseguir chegar até o fim, sem cair.
Nessa brincadeira, a criança trabalha o equilíbrio e a concentração. Isso porque ela não pode cair, tem que colocar os pés nas casas certas e se lembrar de onde a pedra estava anteriormente para poder seguir no jogo.
2. Passa-anel
Apesar do nome, qualquer objeto pequeno pode fazer o papel do anel! O jogo funciona assim: cada participante fica com suas mãos unidas, mas entreabertas na parte de cima, para que possa receber o item.
A criança que estiver segurando o objeto deverá encostar nas mãos de quem estiver na brincadeira. Qual é o objetivo? Passá-lo disfarçadamente para alguém! Então, toda sutileza é muito bem-vinda! O jogador escolhido precisa adivinhar com quem o item está.
Quer saber os ganhos para a criançada? Melhoria da paciência (o que é fundamental em uma atualidade tão imediatista, não é?). Também podemos falar do desenvolvimento da concentração e da lógica, no momento em que for preciso adivinhar com quem está o objeto.
3. Bolinha de Gude
Triângulo ou círculo desenhado no chão: tanto faz! O importante é começar com todas as bolinhas na parte de dentro.
Existem algumas variações da brincadeira, mas, no geral, o objetivo é jogar uma bolinha para tentar acertar as que estão dentro do desenho. A cada acerto, o jogador conquista as bolinhas que foram atingidas.
Nas habilidades treinadas, temos coordenação motora e elaboração de estratégias, que servirão para ganhar o jogo. A matemática também está presente, pois a criança deve contar, no final, quantos pontos conseguiu em comparação com o desempenho dos amigos.
4. Esconde-esconde
Quem tem mais agilidade e perspicácia para descobrir um esconderijo rápido? Aqui, o jogo começa definindo uma pessoa que terá o papel de buscar os amigos, enquanto eles se escondem.
E qual é o objetivo? Não ser encontrado, porque o primeiro a ser pego será o próximo a buscar! Em variações do jogo, existe um “pique”, que é para onde o participante corre para se proteger de quem está à sua procura.
Com relação aos ganhos de habilidade, podemos falar em um treino para o controle da ansiedade: qualquer movimentação ou barulho antes da hora, entrega o local em que a criança está. A resistência à frustração também entra no jogo, ensinando que perder faz parte da diversão.
5. Cinco Marias
Para essa brincadeira só vamos precisar de 5 pedrinhas ou saquinhos.
Primeiro, o jogador lança para o alto todas as “5 Marias”, deixando-as onde caírem. Depois, escolhe outro saquinho para lançar novamente. É preciso ser rápido para tentar pegar um saquinho no chão e, depois, com a mesma mão, aquele que foi jogado, antes que caia.
Na próxima, o desafio aumenta. Ele precisa pegar 2 saquinhos do chão, enquanto a outra Maria está no ar. Se cair, passa a vez para o jogador seguinte. As capacidades treinadas são agilidade e concentração.
6. Pique-bandeirinha
Mais um clássico dos jogos de crianças! Para brincar, será preciso montar 2 times com o mesmo número de membros. E aqui vai uma ótima dica: quanto mais gente, melhor!
Cada equipe precisa capturar uma bandeira que fica na base do time adversário. Mas atenção! Se for pego no caminho por alguém da outra equipe, ficará “colado”, só podendo sair quando um companheiro “descolar”.
Vale dizer que arremessar a bandeira não faz parte das regras! Enquanto isso, as habilidades treinadas são a cooperação e a criação de estratégias.
Benefícios das brincadeiras no desenvolvimento das crianças
Vários teóricos importantes da psicologia vêm contribuindo com análises e estudos sobre a importância do brincar. Freud, Klein, Winnicott, Wallon, Piaget, Vygotsky: cada um deles observou certo aspecto trazido para o desenvolvimento infantil.
Por meio dos jogos, a criança aprende, de forma divertida, valores como compartilhar, liderar e cooperar. Também há o aumento do autocontrole e da empatia com os colegas, quando observamos uma relação entre perder e ganhar.
Todo esse contato ainda ajuda na sociabilidade, no vínculo afetivo, na linguagem, no saber se expressar e no ser capaz de seguir regras, que são noções essenciais para a maturidade emocional.
A motricidade, que compreende capacidade motora, lateralidade, noção espacial, equilíbrio e postura, também é aperfeiçoada. Existe esse estímulo em qualquer jogo em que a criança precise usar partes do corpo, como quando ela corre, pula ou manipula pequenos objetos.
E não vamos nos esquecer de um dos ganhos mais importantes! A diversão influencia a boa saúde mental, ao produzir endorfina, dopamina, ocitocina e serotonina, além de prevenir o surgimento de condições como depressão e ansiedade.
Gostou das dicas? Deixe seu comentário e conte para gente qual é a sua brincadeira preferida.